Já sou quase um ancião, beirando os meus 60 anos e continuo
com essa bobagem de escrever notas sobrea política internacional europeia, mas
como posso deixar de escrever se imagino que grande mudanças ainda estão por
vir? Ontem, dia 27/08/1928 foi assinado o tratado chamado Kellogg-Briand entre
dois representantes de duas grandes potencias: Os Estados Unidos a França. Este
tratado tem este nome em função de seus idealizadores, o secretário de Estado
dos Estados Unidos, Frank B. Kellogg e o ministro francês das relações
exteriores, Aristide Briand.
O que este
tratado busca? A coisa mais sensata e racional, propõe a renuncia à guerra.
Talvez quem leia meus escritos no futuro(se é que haverá este alguém) não saiba
a tristeza, sofrimento e dor que uma
guerra proporciona. A maior lamentação da minha vida até hoje foi a perda de
meus filhos, Wagner e Abelardo. Como eu, milhares de outros pais sofrem suas
perdas até hoje, e sofrerão ainda mais no futuro. Cada morte em uma guerra não
é apenas um número estatístico, como os generais acreditam, cada baixa é uma
história, cada morte é uma família destruída, uma família que nunca mais poderá ser construída. Com o cadáver
deixado no front, morre um pouco de cada
ente querido, e hoje sei que uma grande parte de mim morreu naquele dia.
Fora as
lamentações, 65 países assinaram o tratado de não agressão, mas sinceramente eu
tenho minhas dúvidas quanto à real
utilidade deste tratado, perdi a crença
na bondade humana, ao ver que o egoísmo leva cada um a lutar apenas por seus
interesses próprios. Não espero ter que desdizer esta nota no futuro, más
também não acredito que não o faça. Do meu ponto de vista este tratado não passa de uma forma de minimizar os ânimos e dar um pouco de esperança à quem sofreu com uma guerra.
28 de agosto de
1928
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